21 outubro 2006

Os Conteúdos e a Aprendizagem

Nos encontros de professores onde o tema é a mudança na sala de aula pela introdução do desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem, o questionamento gira em torno da Grade Curricular, uma vez que ela esta organizada de forma linear, tornando os conteúdos pré-requisitos para a continuidade dos estudos, prestar vestibular e ingresso no mercado de trabalho.

Percebemos que o Currículo está organizado para a identificação da Grade de Conteúdos e não em função de possibilitar a compreensão, ou a construção de significados pelos alunos. O currículo para alguns professores se apresenta como a corporificação oficial do conhecimento científico, artístico e social, com organização e ordem imutável. No entanto, ele deve ser plural, desestabilizante, transgressor das hierarquias, dinâmico e centrado nas questões e indagações dos alunos, que surgem a partir das tentativas de interpretar sua própria realidade.

Alguns relatos espontâneos enfatizam uma fase de transição, uma posição eclética em que se misturam os paradigmas, onde já se sabe falar sobre as mudanças, mas na prática ainda não se desenvolve.

Os professores começam a perceber que orientar o trabalho com projetos, a partir do interesse do aluno, possibilita a construção do conhecimento. Mesmo achando que é necessário transmitir uma relação de conteúdos, em um determinado momento de sua fala usam a expressão - construir o conhecimento-, o que se trata de uma perspectiva construtivista.

Recorrendo a memória temos consciência de que os conteúdos que somos obrigados a apreender através de estímulos externos, não são articulados de forma coerente em nossa mente.

A visão construtivista coloca a ênfase na ação e na experimentação, o que não podemos confundir com o desenvolvimento de qualquer atividade, mas na busca de sentido, por novas relações que transformam algo já sabido em algo novo. Na perspectiva construtivista os conteúdos surgem e são trabalhados a partir da necessidade do aluno, assim se organizam em novas grades programáticas em função das construções coletivas e individuais.

Quando trabalhamos na visão não-construtivista damos mais ênfase a linguagem, através da transmissão, indução e exemplo, os alunos, devem adquirir os elementos e valores necessários para interiorizarem habilidades semelhantes à de seus professores.

Acreditamos que durante o seu trabalho o professor vai ter momentos em que deve favorecer as questões dos alunos e problematizar o que trazem, já em outros deve auxiliar na sistematização e na formalização do que os alunos estão construindo em seus projetos de pesquisa. Para isto o professor precisa ter conhecimento dos conteúdos, para poder avaliar o nível de conceituação do trabalho de investigação e das construções feitas pelos mesmos. Para que a aprendizagem aconteça é necessário diferenciar e integrar momentos de transmissão de conhecimentos com atividades organizadas para a busca de soluções para os questionamentos.

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